domingo, 18 de outubro de 2015

Facebook é a nossa cara

Por Pedro Cardoso da Costa*
Hoje é difícil ter alguém que não utilize redes sociais. São citadas em abstrato, mas o Facebook tem um alcance bem maior do que todas as demais. Apesar de quase a unanimidade de a sociedade estar nela, muitos a criticam, sob o argumento da simplicidade e até certo provincianismo.
Não é correta a teoria de que alguém fique desautorizado de fazer observações e críticas por estar ou pertencer a algo. No caso do Facebook algumas críticas são válidas, outras são dissimulações de quem está na rede, mas que aquilo aquém do “seu nível”.  Não se apercebe de que não foi forçado a se cadastrar, criar um perfil.
Existem outros que reclamam permanentemente da invasão de privacidade. Estes não sabem nem qual foi a abrangência que estabeleceu para o seu perfil. Não se dá conta de que só pode interagir no seu perfil quem e quanto está autorizado a fazer isso pela própria pessoa.
Destaque maior têm aqueles que reclamam de ter muitos amigos que não interagem, não curtem o que postou e até excluem os amigos em excesso. Tudo gente muito displicente. Só existem amigos convidados ou aceitos pelos reclamões.
Muitos reclamam daqueles que postam “bobagens”, fotos de tudo quanto é coisa ou momento. São contra quem só posta fotos de pratos sofisticados, ou da única visita que fez a um restaurante. Mas se encontrar várias fotos de situações complicadas também o chamará de pessimista e querer colocar todo mundo para baixo.
Mas as críticas mais veementes são contra as demonstrações de intelectualidade. Ninguém fica isento totalmente de fazer ou de ser vítimas de alguma dessas manifestações. Talvez não seja uma das melhores demonstrações de erudição, principalmente quando o texto sai incompleto ou escrito com erros gramaticais, como se fosse de autoria própria, sem menção à fonte. Mas isso é positivo, ainda que seja apenas para expor no face, a pessoa se atentou a alguma frase, livro ou outro meio que não teria atentado antes. Fica até engraçado, quando no início do dia ou no fechamento da semana, a pessoa cita um trecho de domínio público e fecha com um “bom dia”, ou “boa semana”, como se desse um “tenho dito” como ultimato.
Alguns são contrários aos que querem ditar as normas, de se acharem importantes em razão do eles escrevem ou defendem.  As indiretas, os recados, e até ameaças são também frequentes. Mas isso não é diferente do mundo real, aqui no dia a dia.
Hoje, ricos, famosos, pobres e anônimos participam igualmente das redes sociais. E refletem exatamente como é a sociedade. Nada, nem ninguém agrada a todos.  Mas o bom é a participação, a interação, a contradição para a evolução de todos. Mas é preciso entender que só está lá quem quer, só escreve no seu perfil quem você permitiu, e que amigos do Facebook podem se transformar em amigos reais. Cada amigo ali participa na proporção de sua afinidade e todos têm a sua importância. Mesmo aquele que escreve “engrassado”, para “sima” ou para “baicho” e, corretamente, se regozija de ser pós-graduado nalguma área da educação.
*Pedro Cardoso da Costa é Bacharel em direito
Interlagos/SP


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